Entretenimento Corporativo

Notícias 3 de Ago de 2021 EN ES

A indústria de entretenimento, nada mais é do que uma máquina para capturar vontades e pensamentos em grande escala, o que leva a uma dependência cada vez maior das corporações. O capitalismo tem apenas um objetivo, "vender e ganhar dinheiro" e se tiver que tornar metade do planeta dependente de zumbis para fazê-lo, ele o fará sem nenhum problema. Há cada vez mais serviços para manter a mente "o pessoal" entretido. Temos falado muito sobre redes sociais corporativas e a necessidade de continuar alimentando a mente dia após dia com tweets, favores, gostos, etc., mas não creio que tenhamos analisado o foco.

No mundo do software livre e do ativismo digital sempre usamos o slogan "não queremos ser consumidores, queremos ser criadores" para nos diferenciar daqueles que acreditávamos serem zumbis do corpo, este exemplo de "superioridade" tecnológica, que sempre ostentamos, tem prestado um mau serviço ao mundo do software livre. Hoje, ao contrário do que possa parecer, os jovens que se aproximam da tecnologia não querem ser apenas consumidores, eles também querem ser criadores. O problema é que eles estão trancados em jaulas projetadas pelas corporações, onde todas as portas se abrem com a mesma chave que eles fabricam.

As empresas aproximam a tecnologia dos jovens para prendê-los em sua rede de serviços, personalizados, corporativos, fazem anúncios bombásticos dizendo-lhes que serão capazes de criar um mundo de cores com suas ferramentas, dispositivos, gadgets, mas o que eles realmente fazem é encher suas mentes com conceitos corporativos e uma única visão criativa (aquela que lhes permite criar seus produtos).

Mas o problema não é dos consumidores, porque é absurdo culpar a vítima por cair nas mãos de seus captores, quando há anos eles têm um plano mestre, com a aprovação dos governos e da mídia de massa, para manter a população viciada, o mundo do software livre tem muito a oferecer, mas para isso as pessoas tem que se afastar de visões de sentido único radicalizadas e pensar de um ponto de vista mais pragmático e omnidirecional.

O software livre tem mil ferramentas, que agradariam a qualquer um, não vamos guardá-lo para nós mesmos, temos que torná-las conhecidas, falar sobre elas, inculcá-las. Atualmente, o "entretenimento" corporativo tem múltiplos tentáculos para manter a sociedade presa, mas quando você vê alguém passando mais tempo em uma ferramenta livre, para desenhar gráficos vetoriais como inkscape ao invés de seu celular, você sabe que a batalha ainda não está perdida.

Quem sabe talvez se fizermos um pouco de autocrítica e soubermos nos adaptar aos tempos, talvez as pessoas passem de maratonas em netflix, amazon, hbo, etc. (cada capítulo dura uma média de 45m), para mexer no liquidificador, krita, gimp em seu tempo livre, instalar sistemas Gnu/linux em seus dispositivos móveis e tablets ou fazer suas próprias mixagens de música, só temos que lhes dar as plantas, o molde para criar suas próprias "chaves" não só para sair da jaula, na qual o capitalismo de vigilância nos confina, mas para abrir as portas da mente que nos transporta e nos permite imaginar outros lugares, de onde transformar nossa sociedade.

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