#Op Democracia

Operações 8 de Jan de 2024

Saudações brasileiros e brasileiras,

Subsistimos em sociedades estruturadas numa espécie de limbo democrático, oscilando entre velhas ditaduras e uma eterna busca por democracia, que são advindas do medo das velhas estruturas, do fantasma da guerra fria, e, ainda de um período onde a disputa ideológica por “regimes de verdades” distintos nos remetem ao entendimento de que não há um conceito homogêneo sobre o assunto.

Se democracia significa "governo do povo", o próprio entendimento do que é o povo modificará substancialmente o resultado, afinal, se lembrarmos a democracia ateniense, que é o berço desse sistema político, será inevitável cometer anacronismo ao dizer que era excludente com as mulheres, escravos, analfabetos e outros tantos grupos sociais. Portanto, para além de um regime político, uma democracia plena dependerá de um conjunto de fatores culturais, sociais e econômicos.

Sobre essa perspectiva, após os anos de repressão vividos no pós-guerra – com as novas esperanças criadas pelo marco físico da queda do muro de Berlim, que repercutiu pelo mundo, em um curto período de tempo dando fim às estruturas autoritárias e militarizadas que tinham como argumento a defesa da democracia pautada em vieses ideológicos distintos – em 1988 uma nova constituição marca o início de uma nova era brasileira, através de uma democracia participativa e direta. A constituição brasileira ganhou a fama de uma das melhores e mais completas constituições democráticas do mundo.

Entretanto, percebemos na última década – apesar de todas as tentativas dos meios de comunicação mundiais – uma intensa crise de representatividade pelo mundo, começando pela Europa em decorrência da crise de 2008, passando pelos EUA com o Ocuppy All Street e alcançando o Brasil em 2011 com ocupações urbanas em todo o país e, por fim, se intensificando nas recentes revoltas de junho de 2013, sobre a bandeira da luta pelo direito à cidade.

Debates sobre democracia real percorreram o mundo, com frases como “os que estão no poder não nos representam”, dos indignados da Espanha e “somos os 99%”, dos ocupantes de Wall Street. Grupos que alegavam a existência de uma falsa democracia que só beneficiava realmente os banqueiros, onde na verdade, era o sistema econômico que regia a estrutura política. Ocuparam ruas e praças com plenárias, reuniões e debates organizados horizontalmente para exigir participação política popular.

Partindo desse ponto devemos refletir: qual é o preço da liberdade? A liberdade de poder se expressar, de escolher seus governantes e de poder cobrar que atuem como devem, é um direito conquistado a duras penas.

Hoje completa um ano desde a ocorrência de um dos momentos mais marcantes da história recente do país, um violento atentado contra a democracia, contra as instituições que governam o país e que são guardiãs da carta magna. O que aquelas pessoas mais ansiavam era que através do terror pudessem negar o resultado do pleito, das urnas, queriam que o eleito, que não era seu candidato, fosse destituído e que seu candidato escolhido fosse coloca a força no poder. Essas pessoas diziam estar lutando pela liberdade. De fato acreditaram nisso, acreditaram que tinham o direito de ter a liberdade de impor sua vontade a toda a sociedade brasileira.

O significado de liberdade há muito foi esquecido, nas mãos de oportunistas, deturpado. O reacionário disfarçado de conservador jamais aceitará o avanço e a evolução. Seu mundo pequeno, corrompido, bélico, odioso, não admite nada diferente daquilo que aprenderam a buscar e defender. Nem sabe a razão.

Mas algo lhe diz que é o correto. E por essa visão do correto, lutariam cruzadas, destruiriam símbolos nacionais e o fizeram ironicamente chamando-se de patriotas. Enquanto símbolos do nacionalismo, do patriotismo, clamam pela demarcação e aceitação de que o fictício território é real, e que ele é preenchido por valores "do bem" e, entregues a manipulação muitos se convertem em selvagens.

Nós seguimos lutando pelas pessoas. Nossa bandeira não delimita um território, nós não temos fronteiras. Não odiamos as pessoas que cometeram esses ataques, pois sabemos que eles também são vítimas. Vítimas de anos de obscurantismo da razão, da doutrinação religiosa que os converte em seguidores cegos, dogmatistas ingênuos cuja a própria noção de identidade se confunde com o sistema que lhes rouba a individualidade e lhes poda o pensar.

Porém, também sabemos que o único caminho para libertar é a verdade. Então aqui, mais uma vez, atendemos ao chamado para trazer a vocês informações que foram colocadas em sigilo, para mostrar que a verdade é mais poderosa do que imaginam e não pode ser calada, e que não podemos ser parados pelas fronteiras, nem territoriais e nem institucionais, pois quando compomos esse coletivo, nos tornamos mais do que homens e mulheres, nos tornamos intangíveis e incansáveis guerreiros que abdicam de nomes e rostos, e anônimos lutam pelos que dentro da grande massa de manobra também foram anonimizados, não por escolha, mas por imposição. Nós lutamos contra o sistema que os aprisiona, mas a democracia não é parte do problema, pois é a única opção para que possamos ser ouvidos, para dizermos como queremos esse mundo. O poder da democracia não reside na escolha de um governante, o poder da democracia reside na escolha.

Nós escolhemos vir aqui, hoje, diante de vocês para dizer que o governantes extremistas, grande mal do século passado, não terão paz enquanto Anonymous existir. Na base de tudo o que somos, somos sempre anti-fascistas. O poder pertence ao povo. O ex-governante da extrema direita busca impor através do medo o controle.

Por outro lado, o atual governante da esquerda busca impor através de falsas promessas de inclusão e representatividade, o controle. Nas ocasiões em que o presidente Lula poderia escolher mulheres, ou representantes de etnias não contempladas como para o Supremo Tribunal Federal, por exemplo, ele o fez? Das acusações dos sigilos do Bolsonaro, saiu apenas um bom discurso de campanha, para também impor tantos sigilos quanto.

Saibam que nenhum deles está lá por vocês, estão lá pelo poder, e eles furtam este poder de vocês.

Então hoje, 8 de janeiro, vamos lembrá-los de que eles não detém o poder para controlar, censurar ou prender a verdade. Damos a vocês a quebra do sigilo que lhes é de direito, e com isso aproveitamos para lembrar aos que querem tolher o povo de pensar e de exercer sua democracia, que nós ainda estamos aqui.

Nós estamos em todos os lugares.
Nós conhecemos os seus segredos.
Nós redigimos os seus processos.
Nós fazemos o seu pão.
Nós entregamos os seus jornais.
Nós somos o povo, nós somos anônimos.

Vocês não sabem nossos nomes, mas só sabemos bem mais do que os nomes de vocês.

Para deixar nossa marca nessa data, expomos o processo de 08 de janeiro e vídeos exclusivos. Que esses elementos ajudem a dar luz nesse dia fatídico da nossa história. Divirtam-se!

Segue os links do vazamento:

http://drive.etersec.com/Leaks/08.01%20-%20Op%20Democracia/

http://drive.anonymouscibyfrq27vxzji5nwfoemmxlbsuimhguhwzwwhgxanovfqd.onion/Leaks/08.01%20-%20Op%20Democracia/

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