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Operações 2 de Ago de 2021 ES EN

[Editado em 19/08/21 - 19:48]

Protestos e o que levou a discussão sobre a constituição:


O que começou com protestos contra o aumento da passagem de metrô logo tomou uma proporção violenta, Sebastián Piñera declarou estado de emergência na capital e designou um militar para conter os protestos, mesmo após a revogação do aumento das passagens o povo voltou as ruas agora para protestar sobre as desigualdades sociais e opressões.Foi a primeira vez desde o fim da ditadura de Pinochet, em 1990, que milhares de soldados foram colocados nas ruas e um toque de recolher foi imposto. A constituição vigente é herança da ditadura de Pinochet. "(...) A Carta Magna de 1980, redigida pelo colaborador de assuntos jurídicos de Pinochet, Jaime Guzmán, deixava de fora as garantias sociais da maioria da população chilena, por não incluir em seu texto o acesso universal e gratuito à educação, saúde, seguridade social, entre outros."


Os protestos seguiram aumentando e se espalhando pelo país, em Santiago cerca de 1,2 milhões de chilenos foram as ruas protestar contra a repressão imposta ao povo, e exigiam a "volta dos militares as bases" e liberdade ao direito de ir e vir, o que ocasionou uma crise social nunca vista nos últimos 30 anos no país. O que levou os manifestantes a questionarem a existência de uma constituição herdada dos tempos de ditadura, uma probabilidade de acordo surgia enquanto a polícia suspendia o uso de balas de borracha e de chumbo após inúmeros casos graves de lesões corporais e até oculares contra manifestantes.

Mesmo com a promulgação da nova constituição, a população chilena não está satisfeita pela forma com que o Estado vem tratando de questões fundamentais para a democracia. Desde que Sebastián Piñera assumiu a presidência, as manifestações populares têm sido fortemente reprimidas, havendo prisões políticas e muitos manifestantes gravemente feridos. Em julho, várias pessoas protestaram em Santiago pedindo reparação pelas mais de 400 pessoas que sofreram lesões oculares durante as manifestações que ocorrem desde 2019 no país, já que o governo Piñera acaba por tratar desses assuntos como algo que nunca ocorreu, escondendo todo o sangue derramado na tentativa de convencer de que a nova constituição irá acabar com a problemática da repressão policial. Porém, os cidadãos chilenos alertam que, se a impunidade do Estado e da polícia não for abordada na Assembleia Constituinte, a democracia do país continuará sendo ameaçada por ecos autoritários do período da ditadura de Pinochet.

Após um período de calma, onde o presidente investiu verbas para auxiliar várias famílias e declarar um aumento da pensão mínima para idosos, em novos confrontos que ocorriam às sexta-feiras quatro pessoas foram mortas e então o presidente prometeu uma reforma na polícia, o que ainda não saiu do papel. Tudo isso ocorreu no período entre 2019 e 2020, quando a pandemia estourou o referendo foi adiado para 25 de outubro de 2020.

"(...) Com o número de contágios sob controle e a maior participação eleitoral dos últimos anos (51%), os chilenos aprovaram por uma grande maioria de 80% a mudança constitucional e que o novo texto será redigido por 155 representantes eleitos por votação popular.(...)".

No início desse ano, a população escolheu membros da nova Assembleia Constituinte. Apesar disso, os conflitos políticos e a repressão a manifestantes continuaram, impulsionados por uma ala conservadora estruturalmente impregnada no sistema político e policial chileno. Isso acaba por tornar o futuro do país muito imprevisível, já que certas ações reacionárias acabam interferindo na elaboração da nova constituição. Como é o exemplo da prisão de Alejandra Perez e Manuel Woldarsky, dois delegados constitucionais que eram participantes da Lista do Povo, um grupo que foi eleito para participar da Assembleia que não era ligado a nenhum partido político. Os dois delegados foram presos por policiais armados enquanto participavam de uma manifestação contra as prisões políticas que ocorreram no país desde os grandes protestos de 2019.

Em uma onda de protestos que durou cerca de um ano, os chilenos conseguiram ir às ruas votar a favor da mudança da constituição e também para definir quem participará da composição da comissão constituinte, um feito histórico conquistado através de luta e conscientização política e social.

Com várias ações feitas pela extrema direita, para atrapalhar as assembleias constituintes, as reuniões estão sendo adiadas. O medo da liberdade, afeta aqueles que almejam o poder acima de tudo.

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